quinta-feira, 11 de abril de 2013

Portuários anunciam paralisação nacional de 24h


Joaquim Ordonez

Diante do impasse na negociação da MP dos Portos, os trabalhadores do setor decidiram convocar uma greve de 24 horas para a quinta-feira da próxima semana, dia 18.

A decisão  pela realização desse novo protesto (no dia 22 de fevereiro houve uma paralisação nacional de 6 horas) tem como principal motivo a não entrega, aos representantes dos trabalhadores, do relatório com as propostas apresentadas no mês passado à MP 595, o novo marco regulatório dos portos. A entrega do documento estava prevista inicialmente para segunda-feira, mas foi adiada para terça e nesta quarta-feira também nada aconteceu.

“Esse relatório não existe. O Governo insiste em dizer que o acordo está mantido, mas é tudo mentira. O prazo para votação da MP na Câmara está se esgotando e não teremos tempo suficiente para discutir o assunto em plenário. Várias propostas importantes dos portuários estão sendo ignoradas. Assim, só nos resta a paralisação”, disse o deputado federal e presidente Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força.

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Ferreira Barreto, não houve consenso entre os sindicatos e o relator do projeto, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM).

“É o Governo que está querendo essa greve, porque não está cumprindo o que prometeu aos trabalhadores", disse Barreto. De acordo com ele, cerca de 40 mil trabalhadores dos 36 portos públicos devem aderir à paralisação.

Igualmente revoltado com o que considera “traição” do Governo para com os trabalhadores portuários, o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira Silva, o Nei, disse que a não entrega do relatório  frustrou as expectativas da categoria. “O relator (senador Eduardo Braga)  disse que o documento não está pronto e que não pode entregá-lo parcialmente.  Ele deixou claro que muitas questões ainda não estão resolvidas”.

Nei entende que, como as propostas não foram colocadas no papel, não há como acreditar na seriedade do Governo. “Estamos correndo o risco de perder todas as nossas conquistas e não vemos outra alternativa senão a greve”

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